Uma das maiores construtoras do país realizou compra de terreno através de blockchain. O mercado de cryptocurrencies movimenta, em média, 51 bi de dólares por dia.
Mas afinal de contas: O que é blockchain? Quais são as suas possíveis aplicações?
Em resumo, blockchain é um livro razão distribuído de maneira pública, que fornece registros imutáveis de transações realizadas.
Como o próprio nome indica, a blockchain é uma cadeia de blocos que contém informações. Diferente de registros que possuem um intermediário central, na blockchain a rede é descentralizada. Ou seja, os próprios usuários conectados validam as informações registradas.
Cada bloco é verificado e validado pelos usuários conectados na rede, de maneira que a adição de novo bloco é condicionada à prévia verificação dos dados registrados. Se os mesmos estiverem corretos, os usuários validam o registro e um outro bloco é adicionado à corrente, sucessivamente.
O que torna os registros extremamente seguros é o fato de serem públicos à todos os que quiserem visualizá-los.
Importante frisar que alterar o conteúdo das informações transcritas implicaria em fraudar todos os blocos, o que é praticamente impossível devido à alta complexidade da criptografia utilizada.
Origens
A ideia surgiu através de Satoshi Nakamoto, que apresentou a parte teórica do bitcoin em 2008, através do paper "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System". O documento apresentou o conceito de transação de bitcoins, sem que houvesse necessidade de participação de um intermediário, como bancos, para que as operações fossem checadas e validadas.
O primeiro bitcoin foi minerado em 2009, pelo próprio Satoshi Nakamoto. A primeira transação em bitcoins ocorreu um ano depois, em 22 de maio de 2010, no que ficou conhecido como o pizza day, onde duas pizzas foram compradas pelo módico valor de 10 mil bitcoins (o equivalente à época de US$ 41,00. Hoje o valor aproximado de um bitcoin é de US$ 10.543,00).
Aplicações Diversas
Atualmente não apenas o trade de bitcoins utiliza a tecnologia blockchain.
E quais seriam outras possíveis aplicações?
Já existem inúmeros exemplos reais de aplicação da blockchain. Outra utilização muito promissora diz respeito aos smart contracts. Diferente do que o nome indica, smart contracts não são contratos inteligentes, mas sim programas auto executáveis. Tem escopo de executar o código escrito pelo seu criador. O conceito surgiu em 1997, criado pelo jurista e criptógrafo Nick Szabo, que definiu os objetivos dos smart contracts para:
“satisfazer às condições contratuais comuns (como condições de pagamento, garantias, confidencialidade, execução), para minimizar exceções tanto maliciosas como acidentais, e minimizar a necessidade de intermediários de confiança.”
Colocar em prática a teoria de Nick Szabo tem sido possível desde 2015, quando foi criada a blockchain Ethereum. Através da referida blockchain é possível registrar e executar softwares em uma rede distribuída, tornando os smart contracts uma realidade.
Uma aplicação concreta para smart contract seria na locação de um imóvel. O smart contract pode atualizar os valores de acordo com o reajuste anual, modificando as informações do que foi inicialmente entabulado entre as partes, de maneira automática e precisa.
intetizando, a aplicação da tecnologia blockchain tem inúmeras possibilidades, que abrangem tanto a esfera pública quanto a particular, demonstrando ser uma ferramenta de extremo valor na atualidade, possibilitando a redução de gastos, agilizando e desburocratizando processos.